sexta-feira, 25 de junho de 2021

TINIGUENA denuncia Pilhagem de algumas Ilhas do país.

Segundo uma carta-denuncia a ONG informa sobre invasão e delapidação de algumas ilhas por pescadores estrangeiros.

 

CARTA-CIRCULAR DE DENÚNCIA SOBRE A INVASÃO DE PESCADORES ESTRANGEIROS À ILHA DE CARAVELA

Esta ONG acaba de receber, de fontes fidedignas dos seus colaboradores no arquipélago dos bijagós, uma denúncia informando que a Ilha de Caravela está invadida de mais de 200 pecadores concentrados em acampamentos, a utilizarem más práticas de pesca intensiva e de corte de tarrafes para fumagem. 

Os acampamentos na ilha de Caravela fazem parte de outros reagrupamentos de pescadores estrangeiros instalados em vários pontos do arquipélago dos bijagós, após a campanha de desmantelamento dos antigos acampamentos ilegais dos pescadores levado a cabo pela FISCAP em vários pontos do país. Atualmente, entre eles, estão os principais polos de pesca irregular concentrada na captura intensiva da espécie DJAFAL em Caravela, Canhabaque e Pobreza (próximo de Cubisseco).

A pesca irregular do Djafal em Caravela envolve pescadores de sete nacionalidades, a saber: senegaleses, guineo-conacris, serra-leoneses, malianos, ganeses gambianos e burquinabes. O mercado de destino do pescado fumado é para a Guiné-Conakry, Senegal, Mali e Gâmbia. Presentemente, a ilha de Caravela regista, aproximadamente, 200 pescadores estrangeiros com mais de 65 canoas que actualmente operam na zona e tantas outras estão a ser construídas nas encostas daquela ilha. Nos meses de plenas chuvas de Julho a Setembro, o total dos pescadores nos acampamentos de Caravela, de Canhabaque em Pobreza chega a ser de cerca de dois mil indivíduos maioritariamente estrangeiros, que compreendem uma cadeia de grupos de interesses tais como: pescadores, construtores de canoas, construtores de grandes cestos de embalagem do peixe seco, lenhadores direccionados para os tarrafes, fumadores e familiares. O caso de Caravela já é do conhecimento do Ministério das Pescas e do Ministério do Interior (em circuitos fechados).

                          

As práticas irregulares que estão associadas à esta actividade de pesca e fumagem, nomeadamente: o uso de redes com malhas proibidas, o corte demasiado da lenha dos tarrafes e de outras árvores para a fumagem, o uso de pesticidas durante a fumagem para manter a qualidade física do bagre fumado, o abate de árvores para a construção de canoas, a poda de palmeiras por arrasamento total dos ramos (causando a aceleração da sua morte) e a poluição das águas pela quantidade das partes dos peixes arremessadas à água, tudo isso constituem práticas danosas e criminosas que atentam contra a exploração sustentável dos recursos haliêuticos e florestais da zona insular e costeira, contra a protecção do meio ambiente, a saúde humana e ameaçam às riquezas e à segurança das populações e do país a médio e longo prazos.

 Nesta base, a ONG Tiniguena, em colaboração com os seus parceiros dos Comités de Seguimento dos Recursos Naturais de Bubaque e de Bolama, decidem:

·         Lançar este grito de alerta e denúncia face a esta situação deplorável com os recursos pesqueiros e os tarrafes estão a ser arrasados tanto em Caravela, como em Canhabaque e na costa de Pobreza;

·         Apelar às autoridades do Estado a nível dos Sectores de Caravela, de Bubaque e de Empada e a nível regional e dos ministérios e departamentos que tutelam os sectores das pescas, das florestas, do ambiente, da gestão territorial e do poder judicial no sentido de acionarem mecanismos urgentes de verificação e tomada de medidas corretivas adequadas à essas irregularidades detetadas nas ilhas, particularmente em Caravela.












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