quarta-feira, 30 de agosto de 2023

É crime ter em casa um animal protegido pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens (CITES), -Ussumane Djalo

Em Janeiro passado A Direção Geral da Florestas e Fauna  e seus  parceiros - Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), e Aliança Internacional de Santuário (PASA), procederam a transferência de quatro primatas (Chimpanzés) para o santuário de Libéria. 

A revelação foi feita esta, segunda-feira, numa conferência de imprensa conjunta Diretor-geral das Florestas e Fauna, Ussumane Djaló.

De acordo com uma nota da Direção Geral das Florestas e Fauna distribuída à imprensa, os quatro chimpanzés denominados de Fifi (fêmea), Tzè (macho), Simon (macho) e Tita (fêmea), vieram de regiões diferentes nomeadamente, Bissau, Buba e Bafatá, onde se encontravam em condições difíceis de cativeiro.

“Trata.se de uma transferência e não doação. Assim que a Guiné-Bissau tiver condições e estruturas  para a manutenção de chimpanzés em cativeiro, poderá solicitar ao santuário o reenvio destes animais”, refere  a Direcçâo Geral da Florestas e Fauna na nota.

Ussumane Djaló afirmou que, um chimpanzé enquanto bebé pode-se ser retido em cativeiro, em casa, mas quando está a atingir uma certa idade fica complicado mantê-lo em casa devido a certos comportamentos que apresenta.

Para Djaló é um crime ter em casa e um animal protegido pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens(CITES), como é o caso de chimpanzés.

Aquele responsável frisou que não é bom ter os chimpanzés em casa vivendo em gaiolas inadequadas, tendo em conta que, nessas condições, esses primatas correm risco de vida, pelo que devem ser transferidos para o seu ambiente natural.

“A Guiné-Bissau não tem um santuário onde os chimpanzés possam ser levados, a única forma é sensibilizar as pessoas para evitarem de ter os chimpanzés e outras primatas em casa”, disse.

Segundo o Diretor-geral do IBAP, Justino Biai, , o resgate dos referidos chimpanzés na posse das pessoas, não foi uma tarefa fácil.

“Constitui um crime, caçar, matar, manter em cativeiro ou comercializar chimpanzés. As pessoas dão-se em luxo de ter os chimpanzés e outros animais em vias de extinção, em cativeiro, sem pensar que estão a cometer um crime porque entendem que são proprietários das referidas espécies e recusam a sua libertação”, disse.

Trata-se da segunda operação de transferência de chimpanzés da Guiné-Bissau para o exterior, sendo o primeiro para o santuário do Quénia, em 2018 e esta para a Libéria.

“Penso que já é tempo de o Estado guineense tomar medidas necessárias de forma a travar a prática de ter os chimpanzés em cativeiro”, disse Justino Biai

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Piratas sequestram navio com dezoito tripulantes abordo.

Um grupo de pessoas identificadas como piratas pelas autoridades da Guiné-Bissau sequestraram um navio nacional de pesca, o Bacalam, que pertence à agência Bissau Pesca e Serviços. Os sequestradores exigem à agência um resgate estimado em trinta mil dólares norte-americanos, que corresponde a quinze milhões de francos CFA.

O navio sequestrado no dia 28 de agosto, segundo informações do agenciador, tinha a bordo um total de 18 pessoas, entre marinheiros, tripulantes e um observador marítimo do Instituto Nacional de Fiscalidade e Controlo de Atividades das Pescas (INFISCAP).

Os responsáveis da agência, que detém a licença do navio, confirmaram na manhã desta terça-feira, 29 de agosto de 2023, o sequestro do seu navio, como também anunciaram que estão em negociação com os piratas, afirmando inclusive que os larápios já terão recebido, da parte do marinheiro do barco, um valor de seis milhões de francos CFA e falta a entregar nove milhões de francos CFA.

O Democrata soube junto de uma fonte do ministério das Pescas e da Economia Marítima que os piratas utilizaram um navio patrulheiro que realiza atividade de fiscalização marítima e abordaram o Bacalam dentro do mar guineense, que pensava tratar-se de uma abordagem normal das autoridades, mas foram surpreendidos com uma atitude estranha dessas pessoas que estavam fortemente armadas. 

“Este grupo está fortemente armado e qualquer unidade de fuzileiros enviada para aquele lugar será uma situação de guerra declarada, porque estão armadas e determinadas nas suas exigências do pagamento do resgate. 


Os piratas abordaram o navio no mar guineense e levaram-no até à fronteira, mas não ultrapassaram a linha para entrar na zona da Guiné-Conacri ou do Senegal, portanto estão na nossa Zona Económica Exclusiva”, relatou a nossa fonte, afirmando que esta é uma das razões que levou as autoridades Conacri-guineenses a não intervirem para socorrer os marinheiros guineenses sequestrados. 

A nossa fonte informou que a Guiné-Bissau tem capacidade técnica de se deslocar até ao local para resgatar os marinheiros, mas pondera continuar a negociar com os armadores como forma de salvar a vida dos marinheiros sequestrados, que passa pelo cumprimento das exigências dos piratas, porque “qualquer iniciativa de resgate por meio de uma intervenção militar precipitaria uma atitude radical dos piratas e poria em causa a vida dos marinheiros sequestrados”.

Uma fonte do Instituto Nacional de Fiscalidade e Controle de Atividades das Pescas (INFISCAP) confessou a O Democrata que “na verdade aquela zona marítima constitui sempre um foco de tensão entre as autoridades de controle de pescas da Guiné-Conacri e da Guiné-Bissau”, porque “ambas as partes realizam detenções de navios de forma arbitrária e humilham os marinheiros”.

Defendeu que é preciso que o governo guineense entre em contato com o governo da Guiné-Conacri no sentido de criar um mecanismo que garanta a segurança aos navios de pesca naquela zona.  

A fonte avançou que neste momento o governo guineense está a coordenar esforços juntamente com outros países da zona no sentido de libertar os marinheiros nacionais, através de uma negociação que poderá culminar no pagamento do resgate. Revelou, neste particular, que os piratas desligaram todo o sistema da localização do navio para impedir a busca e a perseguição do navio.

EMPRESA CONFIRMA SEQUESTRO DO BACALAM E QUER PAGAR RESGATE PARA SALVAR MARINHEIROS

Em reação à situação, o administrador da Empresa Bissau Pesca e Serviços SARL, Henrique Silva, diz que foi contactado, ontem, às 14 horas, pelo capitão do seu barco que o informou que uma embarcação militar abordou-lhes dentro da zona económica exclusiva da Guiné-Bissau, uma informação confirmada pelo Instituto Marítimo Portuário e a Marinha Nacional, através de “VMS” e conduziram o barco para zona exclusiva da Guiné-Conacri e pediram um resgate de 15 milhões de francos CFA para libertar o navio.

O proprietário da empresa afirmou que o Bacalam está sequestrado desde ontem e até ao momento da conferência de imprensa não tinham recebido nenhuma garantia de soltura. 

“A empresa está a diligenciar para enviar o valor monetário pedido para salvar vidas humanas de 18 tripulantes que estão no navio”, assegura.

Henrique Silva diz que desconhece se os sequestradores do navio são elementos ligados às autoridades Conacri-guineense ou piratas, porque “tentamos entrar em contacto com as autoridades da Guiné-Conacri, mas estes disseram-nos que não estão na posse de informação, portanto a única saída é pagar o valor pedido para libertar navio e os tripulantes”. 

Henrique Silva informou que a empresa que administra opera no país no âmbito da pesca com três barcos, ambos com a bandeira nacional e licenças de pesca para a zona económica exclusiva da Guiné-Bissau.

Presente na conferência de imprensa, o presidente da Associação Nacional dos Armadores e Industriais de Pesca, Rui Alberto Pinto Pereira, revelou que o mar da Guiné-Bissau está muito vulnerável e que todo o cuidado é pouco.

Frisou que a fragilidade do mar e as ameaças estão cada vez mais frequentes, razão pela qual exortou o governo a criar as condições de segurança marítima para confortar os agenciadores de barcos que estão a explorar o mar da Guiné-Bissau, de forma legal e evitar a fuga de navios estrangeiros.

“Os armadores da pesca industrial estão dispostos a contribuir para que hajam as condições necessárias em termos da segurança marítima no mar da Guiné-Bissau. Trabalhar com facilidade sem sobressaltos, afetará positivamente as empresas pesqueiras, quer económica quer materialmente, como também o Estado guineense que arrecada receitas através dos navios que praticam atividades de pesca”, referiu.

Fonte: O Democrata

domingo, 20 de agosto de 2023

redução do preço de peixe faz parte do programa de “emergência” do Governo, durante os primeiro cem dias de governação


Preço de peixe poderá baixar nos próximos tempos no país.

Bissau-(19.08.2023) – o ministro das Pescas e Economia Marítima Dionísio Pereira, promete a redução de preços de peixe a 50%.

As promessas do governante foram feitas, no balanço da sua visita às infraestruturas de Porto da Pesca Artesanal, Unidade de Transformação e Conservação do Pescado, Instituto de Fiscalização e Atividade de Controlo de Pesca, e algumas empresas privadas ligadas às atividades pesqueiras.

Dionísio do Reino Pereira disse que a redução do preço de peixe faz parte do programa de “emergência” do Governo, durante os primeiro cem dias de governação.

“o que nós podemos garantir a população guineense, é que, temos um programa e denominado “ Nó Pis na Riba Cassa”. E, estamos a trabalhar nesse programa. No quadro do programa de emergência do Governo, com a duração de cem dias, nós podemos garantir a população guineense de que, vamos reduzir preços de peixe no mercado. Não vamos só reduzir preços. Mas sim, vos abastecer o mercado com Pescado suficiente, e nós vamos distribuir por todos os 38 setores que compõem a Guiné-Bissau”. Garantiu.


Dionísio Pereira falou das ideias da criação do projeto “Nô Pis na Riba Cassa” que significa o nosso peixe volta a casa.

“Resolvemos fazer essa visita que se insere âmbito de um projeto que depois vamos apresentar ao público, que vamos chamar de “Nô Pis na riba cassa”. Ideia é que nós queremos criar condições para garantir o desembarque de todos os navios que têm obrigação desembarcar aqui no país e tem condições de conservação de unidades. Temos 4600 grandes unidades pesqueiras que estão aqui, em Bissau, e têm uma capacidade de 4600 toneladas. Isso é suficiente para garantir um “stock “. E, agora temos que trabalhar para instalar pequenas unidades em todos os setores. Isso vai nos permitir criar um sistema de abastecimento do pescado, e vamos trabalhar paralelamente no sentido de estudar o mercado, para baixar o preço de peixe, em 50%. Mais também, estamos a trabalhar no sentido de conseguirmos um certificado junto da União Europeia, para podermos começar exportar Pescado no próximo ano”. Concluiu.

Cortesia de Sulai M. Seide da C. FM.

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

A Diretora Geral do IBAP, no Atelier Nacional sobre a Resiliência Climática ao longo de Via Migratória do Atlântico Este, que decorreu nos dias 7 e 8 de agosto em Bissau.

A Diretora Geral do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas "IBAP" no fecho do encontro que tem como proposito construir uma posição nacional durante o debate de multe atores sobre Resiliência as alterações climáticas, zonas húmidas e aves migradoras para as comunidades residentes da reserva da biosfera do arquipélago Bolama bijagós que decorreu nos dias 7 e 8 de agosto em Bissau.