segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Cuidemos de Nós e da Terra.

Nosso silencio em determinados assuntos é igual a um suicídio.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) tem o mandato de promover políticas alimentares e agrícolas sustentáveis em todo o mundo.

A FAO assinou uma carta de intenção para formalizar uma parceria com a CropLife International.



CropLife é a associação comercial global que representa todas as maiores empresas de agroquímicos, pesticidas e sementes. Tal parceria é perigosa para o futuro de nossos sistemas alimentares globais.

O uso de pesticidas tóxicos é uma ameaça global à saúde humana e ao meio ambiente. Pesticidas contaminam a comida que comemos, a água que bebemos, e o ar que respiramos. É um fator determinante no colapso sem precedentes das populações de insetos e na perda da biodiversidade. Todos os anos, 385 milhões de agricultores e trabalhadores agrícolas sofrem de intoxicação aguda por pesticidas.

Agricultores familiares, produtores de alimentos, trabalhadores rurais e ativistas da soberania alimentar estão trabalhando para mudar a maneira como produzimos nossos alimentos para que não prejudique as pessoas, os seres vivos e o planeta. Esses esforços estão atualmente sob ameaça. Em outubro de 2020, a FAO e a CropLife International anunciaram uma parceria formal. CropLife efetivamente chamou de "aliança estratégica".

fonte:Pare a #AlianzaTóxica da FAO-CropLife | PAN Internacional (pan-international.org)


terça-feira, 23 de novembro de 2021

Caro Diretor-Geral Qu Dongyu, Estamos escrevendo para expressar nossa profunda preocupação com seus planos de fortalecer os laços oficiais com a CropLife International.

Nós o encorajamos fortemente a reconsiderar esta aliança.

Esta colaboração com a CropLife, uma associação de empresas que produzem e promovem pesticidas perigosos, mina diretamente a prioridade da FAO de minimizar os danos do uso de pesticidas químicos em todo o mundo. A dependência de pesticidas perigosos prejudica os direitos à alimentação adequada e à saúde das gerações presentes e futuras. Mais de um terço das vendas das empresas membro da CropLife são pesticidas altamente perigosos que representam os mais altos níveis de risco para a saúde ou o meio ambiente.

Estimativas recentes mostram que existem 385 milhões de casos de intoxicações agudas por pesticidas a cada ano, ante cerca de 25 milhões de casos em 1990. Isso significa que cerca de 44% dos agricultores e trabalhadores agrícolas em todo o mundo são envenenados a cada ano por uma indústria dominada pela CropLife membros. Os produtos pesticidas produzidos pelas empresas membros da CropLife dizimam as populações de polinizadores e estão causando estragos na biodiversidade e nos ecossistemas já frágeis.

O único propósito da CropLife é defender o uso de produtos de seus membros - que são soluções químicas antiquadas e soluções tecnológicas (sementes geneticamente modificadas) que prendem os agricultores ao uso cada vez maior de pesticidas, em conjunto com sementes proprietárias que sistematicamente minaram o direitos e bem-estar da maioria dos produtores mundiais de alimentos. Uma parceria com a CropLife representa a perpetuação desse sistema profundamente injusto e insustentável. Isso prejudica o apoio crítico - e urgentemente necessário - de sua agência para a agroecologia, que a própria FAO observa “pode apoiar a produção de alimentos e a segurança alimentar e nutricional enquanto restaura os serviços ecossistêmicos e a biodiversidade que são essenciais para a agricultura sustentável”.

Nós fortemente encorajamos você a continuar apoiando a transição para a agroecologia liderada por pessoas, e descontinuar esta aliança profundamente inadequada com uma indústria que coloca os interesses do lucro acima do bem-estar público e do planeta.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Tiniguena promove Formação em horticultura agroecológica aos agricultores familiares da AMPC Urok

Está emcurso o ciclo de formações em horticultura agroecológica abrangendo 45 mulheres das Ilhas de Formosa, Nago, Chediã na Área Marinha Protegida Comunitária das ilhas Urok. Durante 16 dias, os participantes terão possibilidades de dialogar com temáticas como técnicas de preparação do campo, compostagem e instalação dos viveiros com vista a reforçar o sistema de produção agroecológica, para serem depois capazes de formarem outras mulheres produtoras dessas comunidades.

Esta atividades insere-se no quadro do projeto Tiban Ankaterô – Inovação para uma agricultura familiar, face as alterações climáticas na África Ocidental #GCCA + Africa Ocidental, coordenado pela Tiniguena em parceria com a ONG espanhola Bosque Y Comunidad e o Centro Nacional de Superomputación ( BSC), através do financiamento da CEDEAO.

Por: Neia Daro

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Bissau em "sérios riscos" de ficar sem espaço para produção agrícola

 

Coordenador de programas da Proteção Civil da Guiné-Bissau, Alsau Sambú, disse hoje à Lusa que a capital do país corre "sérios riscos" de ficar sem espaço para produção agrícola pela "incúria na ocupação de terrenos"

O responsável disse que o problema pode estar a acontecer em todo o país, mas "a ameaça maior é em Bissau", por ser a cidade com maior concentração de população e de maior pressão demográfica, observou. 

Foto: ATS, o Ambiente gb
Alsau Sambú afirmou que as consequências de falta de atenção às exortações da Proteção Civil são sentidas todos os anos, entre outros, com o aumento de inundações, de incêndios, acidentes rodoviários, naufrágios, degradação acentuada dos solos.No caso concreto de Bissau, Sambú apontou para os "riscos evidentes de sinais de desaparecimento" das quatro bacias húmidas que, disse, ajudam a manter a biodiversidade no maior centro populacional da Guiné-Bissau e ainda são campos de produção de alimentos.Trata-se das bacias húmidas de Cuntum, Plubá, Pssak e Djogoró, zonas pantanosas na cintura de Bissau, que no passado costumavam ter grande quantidade de água doce durante todo o ano, mas que ultimamente tendem a secar cada vez mais.

As zonas circundantes daquelas bacias estão a ser ocupadas por construções de habitações, facto que o responsável da Proteção Civil guineense disse constituir "um risco perigoso" para o futuro da cidade, se um dia desaparecerem.

"Há muito risco. Como eu falei há um processo de assoreamento, temos notado o vazamento do lixo nessas bacias, temos notado que não há um processo urbanístico planificado, há pouca pavimentação, isso provoca o transporte de muita areia, muitos resíduos sólidos, para essas bacias que se vão sedimentando aos poucos o que facilita a que as pessoas aproveitem desse processo sedimentado para fazerem construções", alertou Alsau Sambú.

De acordo com Sambú, as consequências "da incúria humana têm sido sentidas todos os anos", na época das chuvas (entre os meses de junho e novembro) em que a Proteção Civil é acionada para atender a situações que poderiam ser evitadas, nomeadamente as inundações e desabamentos de habitações que provocam mortes e destruições, disse.

O mais grave, notou o responsável da Proteção Civil guineense, é o risco de a população de Bissau ficar sem campos de cultivo de alimentos se nada for feito nos próximos tempos, nomeadamente para a proteção das quatro bacias húmidas, localmente chamadas de 'bolanhas'.

"Geralmente essas 'bolanhas' (arrozais) eram usadas para produção do arroz, a rizicultura, mas neste momento com esse processo de sedimentação, assoreamento, mas também com a subida do nível da água do mar, a água salinizada tem impedido a produção do arroz. Daqui a pouco, em termos agrícolas, a cidade de Bissau pode não ter mais espaço para produção agrícola", avisou Alsau Sambú.

A Proteção Civil é um serviço criado em 2009, no âmbito da reorganização do setor de Defesa e Segurança na Guiné-Bissau para coordenar as respostas aos fenómenos naturais e minimizar riscos dos mesmos na vida da população.

Alsau Sambú lamenta que ainda esteja a ser ouvido em todo o processo de concessão e utilização de terrenos urbanos por parte da Câmara Municipal de Bissau com quem podia discutir os riscos de construções perto das quatro bacias húmidas.

"Não. Nesse caso ainda não. Temos melhorado a nossa colaboração com a Câmara Municipal de Bissau que tem essas competências, mas até agora no que concerne ao loteamento, classificação de zonas não temos sido convidados. Temos participado das reuniões do conselho técnico da Câmara que aprova projetos, mas não mais", observou Sambú

Mundo ao minuto.