segunda-feira, 8 de outubro de 2018

aumento das temperaturas forçará milhões de pessoas na África à pobreza e à fome.

As mudanças climáticas incendiaram o nosso planeta, milhões de pessoas já estão sofrendo os impactos.


NAIROBI, Quénia, 8 de outubro 2018/ -- Hoje, o Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) divulgou um relatório detalhando o progresso e os caminhos para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius.

Respondendo ao relatório, o Sr. Apollos Nwafor, Diretor Pan-Africano de Oxfam Internacional (https://www.Oxfam.org), disse:

“As mudanças climáticas incendiaram o nosso planeta, milhões de pessoas já estão sofrendo os impactos e o IPCC mostrou que as coisas podem piorar muito mais. Contentar-se com 2 graus seria uma sentença de morte para pessoas em muitas partes da África. Quanto mais rápido os governos abraçarem a revolução das energias renováveis e moverem-se para proteger as comunidades em risco, mais vidas e mais meios de subsistência serão poupados.

“Uma África mais quente é uma África mais faminta. Hoje em dia, a um nível de apenas 1.1 graus de aquecimento global, as colheitas e os animais em toda a região estão sendo prejudicados e a fome está aumentando[i]. Neste contexto, as mulheres encarregadas de pequenas fazendas no mundo rural, que vivem frequentemente com índices elevados de pobreza estão sofrendo ainda mais. A partir daqui só pode piorar.

“Não fazer nada e seguir simplesmente os compromissos assumidos no Acordo de Paris condena o mundo a 3 graus de aquecimento. O dano ao nosso planeta e à nossa humanidade seria exponencialmente pior e irreparável.

“Nada disto é inevitável. O que nos dá esperança é que alguns dos países mais pobres e que emitem menos estão liderando a luta contra as mudanças climáticas. Nós mudamos de uma era de 'você primeiro' para uma era de 'siga-me' – está na hora do mundo rico fazer exatamente isso.

“Oxfam pede um financiamento climático maior e responsável por parte dos países ricos que apoie os pequenos agricultores, e especialmente às mulheres, para que garantem o seu direito à segurança alimentar e à justiça climática.

"Mesmo quando o tempo é curto, ainda há uma chance de manter os 1,5 graus de aquecimento. Devemos rejeitar qualquer solução falsa como os Investimentos em Grande Escala Baseados na Terra que significam expulsar os pequenos agricultores e agricultoras das suas terras para dar lugar ao cultivo de carbono. Pelo contrário, devemo-nos concentrar em eliminar o uso de combustíveis fósseis, começando por parar a construção de novas usinas de carbono no mundo todo. "

Impactos climáticos na África:

Os desastres naturais como as secas e as inundações têm frustrado o desenvolvimento no continente africano. As flutuações na produção agrícola devido às variações climáticas, juntamente com sistemas agrícolas ineficientes, causam insegurança alimentar, um dos indicadores mais óbvios da pobreza. O fenômeno de El Niño de 2016, que foi acentuado pelos efeitos das mudanças climáticas, prejudicou a produção dependente das chuvas e deixou mais de 40 milhões de pessoas em insegurança alimentar na África. Sem uma ação urgente para reduzir as emissões globais, espera-se que a ocorrência de choques e estresses climáticos na região da África piore muito.
  • Em 5 de julho deste ano, aÁfrica provavelmente registrou sua mais alta temperatura em Ouargla, no norte da Argélia, de 51,3 ° C (124,3 ° F).[ii]
  • Há evidências crescentes de que as temperaturas mais altas ligadas às mudanças climáticas agravaram as secas e os desastres humanitários na África Oriental, incluindo a seca do ano passado, que deixou 13 milhões de pessoas em condição de fome extrema.[iii]
  • Mesmo com 1,5 graus de aquecimento, os impactos do clima na África Ocidentalseriam devastadores. O rendimento do trigo poderia cair até o 25 por cento,[iv] e a 1,5 graus Lagos na Nigéria poderia se tornar uma cidade recém-estressada por causa do calor como Delhi na Índia.[v]
  • Na África Subsariana um aquecimento de 1,5 graus em 2030 poderia levar a que cerca de 40 por cento das áreas atuais de milho deixem de ser adequadas para as variedades atuais e que se prevêem impactos negativos significativos na adequabilidade do sorgo. Sob o aquecimento de menos de 2 graus na década de 2050, a produção agrícola total poderia ser reduzida de 10 por cento.[vi]
  • A 2 graus de aquecimento, poderia haver níveis extremos de calor nunca antes experienciados que afetariam o 15 por cento da área terrestre da África Subsaariana na estação quente[vii], causando mortes e ameaçando a capacidade de cultivar dos agricultores e agricultoras.
  • Se a temperatura global subir mais de 2 graus até o final do século, as temperaturas diurnas no norte da África (e no Médio Oriente) poderiam atingir até 46 graus nos dias mais quentes em 2050, o que pode ser mortal.[viii] 
Fonte: portal APO

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

“Aceleradores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” é tema dum atelier a decorrer amanha em Bissau.

Nações Unidas colabora com Governo da Guiné-Bissau para acelerar a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável



A 25 de setembro de 2018, cumpriram-se três anos desde que os 193 estados-membros da Organização das Nações Unidas, incluindo a Guiné-Bissau, adotaram a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, na Cimeira das Nações Unidas para o Desenvolvimento que decorreu em Nova Iorque.
Ajudar a Guiné-Bissau a identificar os aceleradores e multiplicadores existentes ao nível nacional, bem como as áreas prioritárias para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, é o principal objetivo do ateliê “Aceleradores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, promovido pela Coordenação do Sistema das Nações Unidas em parceria com o Governo da Guiné-Bissau, através da Secretaria de Estado do Plano e Integração Regional.
O ateliê decorre no âmbito do programa de visitas de uma delegação regional da especializada na integração, aceleração e apoio a políticas em matéria de desenvolvimento sustentável, e que está no país desde esta segunda-feira, a pedido do Gabinete de Coordenação do Sistema das Nações Unidas, para ajudar a identificar as áreas prioritárias de apoio conjunto aos esforços do governo na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no país até 2030.
O exercício em torno dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável contará com participantes de instituições públicas, sociedade civil, setor privado, Nações Unidas, entre outros atores relevantes. É o pontapé de saída para a preparação de um programa completo que visa lançar no país uma resposta coerente e integrada do sistema de desenvolvimento da ONU para a implementação da Agenda 2030, em colaboração com o governo da Guiné-Bissau.
Como parte do programa da delegação, decorrem, durante toda esta semana, uma série de consultas com as autoridades nacionais, agências, fundos e programas das Nações Unidas, organizações da sociedade civil, doadores e outros parceiros de desenvolvimento, sobre as perspetivas do país face ao cumprimento dos ODS.