segunda-feira, 15 de julho de 2019

GUINÉ-BISSAU - Laboratório de aprendizagens no domínio da conservação da natureza. Defende Miguel de Barros

O presidente do comité nacional dos membros da UICN no país, constatou que as questões da conservação dos espaços e recursos naturais, fazem da Guiné-Bissau um país especial e um laboratório de aprendizagens.

Miguel de Barros ao discursar no ato da abertura da terceira edição do fórum regional da conservação para África Central e Ocidental que decorre em Bissau, sublinhou que a Guiné-Bissau com a baixa densidade demográfica e sendo um território muito pequeno e frágil, goza de uma resiliência enorme e de um compromisso a volta da conservação dos recursos naturais através dos saberes tradicionais e culturais que permitem a sustentabilidade da visão ecológica da conservação. "Para isso houve contribuições de varias personalidades e instituições como o IBAP que foi liderado pelo falecido Alfredo Simões Da Silva que permitiu mobilizar os esforços nacionais e regionais para galvanizar a Guiné-Bissau como país da biodiversidade.
"Para o director-executivo da Tiniguena uma das organizações mais influentes no domínio da conservação da natureza e igualmente membro da UICN. "Não basta fazer fóruns nem encontros periódicos para discutir os desafios, se estes desafios não constituem  reais estratégias regionais que permitem uma articulação de todas as politicas publicas e, de uma visão de influencia onde todos os Estados se contam independentemente da sua capacidade económica ou financeira".
Numa alusão as questões florestais, as áreas protegidas, as zonas húmidas e os recursos costeiros e marinhos, Miguel de Barros admitiu que os desafios correntes da conservação são enormes numa perspectiva regional e global. "As estratégias regionais não fazem sentidos se não haver capacidades de reagir perante as situações de alienação de terras a multinacionais sendo um assunto da soberania nacional que põe em causa a continuidade de povos indígenas" frisou, adiantando que "Já é impossível ficar só numa perspectiva de denuncia porque há desafios e esses desafios passam por criar mecanismos económicos que permite a construção de uma visão de desenvolvimento, onde a economia da biodiversidade possa favorecer uma economia limpa e que possa gerar empregos sustentáveis" salientou.
Nesse quadro, o sociólogo defendeu a necessidade da adaptação da educação ambiental no sistema educativo nacional numa óptica de civilidade ambiental para a biodiversidade e tal como da educação alimentar e nutricional criando com isso uma cultura da conservação.
Durante três dias (9 a 11), uma centena de delegados/participantes de África central e ocidental, incluindo os representantes de governos, os actores do desenvolvimento, os pesquisadores, os representantes das comunidades da conservação e os actores políticos vão debruçar-se em torno do tema : Conservar a natureza para a paz, a segurança e o desenvolvimento económico sustentável em África Central e Ocidental.

Por Djibril Iero Mandjam

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