terça-feira, 29 de abril de 2025

Cabo Verde assinou hoje a Convenção Sobre Monitoramento, Controlo e Fiscalização das Actividades de Pesca

Segundo o portal da rádio Morabeza num artigo da autoria da jornalista Lurdes Fontes publicado hoje 29/04/25, a Cabo Verde se junta a Convenção Sobre Monitoramento, Controlo e Fiscalização das Actividades de Pesca com a Comissão Sub-Regional das Pescas. O documento foi rubricado em São Vicente, pelo ministro do Mar, Jorge Santos, e pelo sub-comissário regional das Pescas, Khallahi Ibra.

A convenção visa consolidar e fortalecer os mecanismos existentes, harmonizar os procedimentos e reforçar a capacidade de resposta contra a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN). 

O ministro do Mar fala num momento importante que reforça os esforços de Cabo Verde em matéria de sustentabilidade e defesa dos ecossistemas. 

“Esta é, possivelmente, a principal preocupação dos pescadores cabo-verdianos, mas também das peixeiras e de toda a sociedade, desde as comunidades piscatórias até às academias e aos cientistas e investigadores. Por isso, Cabo Verde fez uma aposta forte para o desenvolvimento da economia azul, assente em três aspectos fundamentais: a sustentabilidade e a defesa do ecossistema dos nossos oceanos, a valorização do capital humano, a investigação científica e o desenvolvimento da actividade económica, seja a nível da pesca, do turismo e das energias, e dos transportes marítimos. Para desenvolver essa economia azul, é fundamental definirmos regras claras”, sublinha. 

O documento, que deverá substituir a Convenção de 1 de setembro de 1993, clarifica as funções e responsabilidades dos diferentes intervenientes no sector, além de introduzir instrumentos juridicamente reconhecidos,  considerados “essenciais para melhorar a eficiência das operações de fiscalização e controlo das pescas”.

Entre os principais mecanismos previstos estão o registo sub-regional de navios de pesca, um sistema de partilha de informações, um programa de observadores com competência sub-regional, um sistema de monitorização por satélite (VMS) e listas oficiais de navios INN e de Estados não cooperantes.

Jorge Santos destaca o impacto da convenção na harmonização e credibilizar informação das pescas na sub-região.

“O desenvolvimento da pesca é informação e isso inclui toda a valorização do capital humano. Ter um sistema de troca de informações, mas não basta ter só informações e trocá-las, é preciso a credibilização desta informação, e este protocolo cria as condições para termos informações credíveis e fiáveis”, nota.

“Estamos a falar de uma região das mais ricas de pesca de tunídeos a nível de todo o Oceano Atlântico, considerado pelos cientistas um santuário do ecossistema do Oceano Atlântico e, por conseguinte, essas regras definidas nesta convenção são importantes e é um passo grande, porque vem resolver e dar resposta a uma preocupação que existe”, acrescenta.

Por seu lado, o comissário sub-regional das Pescas (CSRP), Khallahi Ibra, afirma que o documento assinado hoje é o culminar de mais 10 anos de trabalhos.

“Este é o culminar de um processo relativamente longo, mais de 10 anos, em que houve este desenvolvimento,mas também há melhorias que são feitas por esta convenção. E esperamos que, com a assinatura desta convenção, estejamos agora em condições de lidar com estes flagelos. Esta convenção permitir-nos-à organizar e coordenar a luta contra a pesca INN na nossa sub-região. E, de facto, marca o compromisso dos países da sub-região de se juntarem a este processo de luta. E é por isso que hoje, de facto, é um dia muito importante”, afirma.

Khallahi Ibra recorda que a aposta na coordenação regional é essencial para garantir a sustentabilidade dos recursos marinhos, uma das principais fontes de rendimento e alimentação para milhões de pessoas

Cerca de 20% da pesca ilegal mundial ocorre na Sub-região da África Ocidental, de acordo com estimativas recentes.

A nova convenção pretende tornar a região da CSRP, que abrange países como Cabo Verde, Senegal, Mauritânia, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Serra Leoa, Gâmbia e Libéria, “mais resiliente às redes internacionais de pesca ilegal”.

domingo, 27 de abril de 2025

Angola acolhe atelier sobre segurança marítima e o desenvolvimento da economia azul no Golfo da Guiné

De 22 a 25 de Abril de 2025, Luanda, capital de Angola, reuniu especialistas, decisores e parceiros africanos para discutir os desafios relacionados com a segurança marítima e o desenvolvimento da economia azul no Golfo da Guiné, particularmente na África Central. Durante quatro dias, os participantes atualizaram textos estratégicos e compartilharam soluções para transformar essa área em um polo econômico e turístico sustentável. Os debates incluíram questões-chave como as energias renováveis, a agricultura, a protecção do ambiente e a luta contra a insegurança, marcada pela pirataria ou pela pesca ilegal. As reuniões setoriais, inclusive com os Chefes de Estado-Maior da CEMAC, destacaram a importância de uma cooperação reforçada para proteger as águas regionais.

O objetivo central era finalizar e melhorar os documentos adotados na conferência marítima de Kinshasa, visando três eixos: uma política integrada para os mares e águas interiores, uma estratégia regional para a economia azul e uma governança marítima eficaz. O ministro da Defesa angolano, João Ernosto dos Santos, insistiu na necessidade de modernizar estes quadros para responder às realidades actuais. Este trabalho prepara a 2ª edição da Conferência Marítima Centro-Africana (COMAR 2), agendada para maio de 2025 em Malabo, Guiné Equatorial. 

O Golfo da Guiné, uma área estratégica, mas enfraquecida por conflitos e tráfico, continua sendo um desafio para organizações sub-regionais como a CEEAC e a CEDEAO. A Comissão do Golfo da Guiné, criada em 2001, desempenha um papel fundamental na facilitação da cooperação entre os seus Estados-membros (Angola, Nigéria, Gana, etc.) para resolver litígios relacionados com os recursos naturais. Este evento em Luanda ilustra a vontade dos países africanos de unir os seus esforços para alcançar uma estabilidade duradoura e aproveitar o potencial da economia azul. 

terça-feira, 22 de abril de 2025

Rede lusófona de educação ambiental em ação.

 A rede luso GB e parceiros realizou na semana finda mais uma jornada ambiental desta vez em Bubaque com as participações da associação portuguesa de educação ambiental "ASPEA", IPMA "Instituto Português de Mar e atmosfera", as Universidades lusófonas de Guiné e Portugal, IMP "Instituto Marítimo e Portuário da Guiné" e presença estimada do adido da cooperação militar Português no país.

Pedro Martins de ASPEA/Rede luso Portugal e Sumba Nansil Rede luso Guiné Bissau falaram da jornada.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Será conhecida em breve a plataforma dos atores da paisagem Jeta-Pecixe-Cacheu (JPC)

No Ambito do projeto denominado Wetlands for Resilience (W4R) uma iniciativa mundial da Wetlands International financiado pela Sida Global, com o objetivo de expandir globalmente paisagens de zonas húmidas saudáveis, biodiversas e bem geridas até 2030, contribuindo para a resiliência climática e a sustentabilidade ambiental, social e económica; é apresentado depois de amanha 16 de abril em bissau a plataforma dos atores da paisagem Jeta-Pecixe-Cacheu.

A paisagem Jeta-Pecixe-Cacheu, localizada na região de Cacheu, contem inúmeros e afluentes ‘habitat’ que o torna uma paisagem marinha e costeira, provida de uma biodiversidade excecional, sendo um verdadeiro ícone ambiental, alavancando sua relevância para preservação do seu ecossistema e promoção do desenvolvimento sustentável.

A iniciativa W4R concentra-se nas dinâmicas paisagísticas através da articulação para promover um ambiente social, económico, natural e financeiro favorável, destacando ainda a importância das parcerias e do trabalho colaborativo como estratégias fundamentais para fortalecer a resiliência dos ecossistemas em paisagens húmidas, beneficiando todos os atores envolvidos.

Nesta logica foi criada a plataforma dos atores da paisagem JPC, um fórum de partilha e  concertação de todos os intervenientes na paisagem que reúne três vezes por ano, promovendo intervenções catalisadoras na paisagem visando mobilizar fortalecemento de alianças, compartilhar conhecimentos e desenvolver capacidades para atingir objetivos sustentáveis e integrados.