CONTINUIDADE SOBRE DIAGNÓSTICO DO SECTOR FLORESTAL FEITO PELA TINIGUENA.
A Guiné-Bissau é um país costeiro da África Ocidental que faz fronteira com o Senegal ao
Norte, a Guiné-Conacri ao Sul e ao Leste e com o Oceano Atlântico a Oeste. Tem uma
superfície de 36.125 Km2 que se distribuem entre os paralelos 10º 55' N e 12º 20' N e os
meridianos 13º 38' W e 16º 43' W:
O território continental é profundamente penetrado por uma rede hidrográfica na qual a influência
das marés se faz sentir até 100 km para o interior. Um relevo é bastante monótono apresentando
altitude relativamente baixas 40-80 m, dispões de planaltos relativamente pouco elevado como é
o caso da peneplanície de Gabú e as Colinas de Boé cuja altitude não ultrapassa os 300m.
Apresenta uma significativa presença de solos ferralíticos e fersialíticos com 1.900.000ha ou seja
62% da área do país (COSTA, R. 1991). A disponibilidade de Terras Aráveis é estimada em
cerca de 1.410.000 ha.
Os valores da precipitação média anual variam, diminuindo no sentido sudoeste para nordeste
passando de cerca de 2.600 mm/ano em Catió (Tombali) para 1.200 mm/ano em Pirada (Gabú).
A Guiné-Bissau tem uma população de 1.530.820 habitantes e uma densidade populacional de
46,9 hab/Km2 e, a taxa bruta de desemprego é de 10,5% (RGPH, INEC 2019), encontrando
classificada no 177º lugar entre os 187 países com o Índice de Desenvolvimento Humano de
0,396, cuja esperança de vida é de 52.4 anos de idade (PNUD, 2014). Alias apesar de todos os
apoios e esforços despendidos com vista a melhoria do quadro social e humano das populações,
a Guiné-Bissau não conseguiu atingir em 2015 nenhum dos Objetivos do Desenvolvimento do
Milénio – ODM actuais atuais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Apesar da razoável performance de ordem macroeconómica nos anos (2009 a 2011 de 2014 a
meio de 2015) o país, em termos socioeconómicos, continua a apresentar um quadro
socioeconómico muito difícil.
A grande maioria da nossa população que mais precisa da floresta e dos seus produtos, vive na
pobreza. O ILAP 2 indica que 69,3% dos guineenses são pobres e 33% são extremamente
pobres (DENARP II, 2011). Ainda segundo a mesma fonte, a aceleração da pobreza atingiu tanto
a população feminina como a masculina, sendo as mulheres mais pobres do que os homens.
No
que concerne a pobreza absoluta ou seja, viver com menos de 2$US/dia/pessoa (2
dólares/dia/pessoa), a proporção é de 56,3 % para Bissau e 70 % para as regiões, para
mulheres chefe de agregado familiar é de 48,8 % e para homens chefe de agregado familiar é de
76,5 %.
Quanto a pobreza extrema, pessoas com rendimentos inferior a 1$US/dia/pessoa
(1dólares/dia/pessoa) proporção é a seguinte, mulheres chefes de agregados familiar em Bissau,
de 15,5% e mulheres chefes de agregados familiar no interior 38,7% e para homens chefes de
agregados familiar em Bissau, 12,2% e para homens chefes de agregado familiar nas regiões
40,0 %.
De uma forma muito resumida, dá para entender que esta tendência da evolução negativa da
pobreza na Guiné-Bissau entre 2002 e 2010 ainda persiste aliás, agravou-se nesse período
senão vejamos, a pobreza em Bissau manteve-se constante 51 % enquanto que se agravou nas
outras regiões em que 3 em 4 pessoas eram extremamente pobres em 2010, contra 7 em 10
pessoas em 2002, uma situação muito preocupante e que vem confirmar a tese de que a
pobreza, esteve sempre na base da forte pressão sobre os recursos naturais e recursos
florestais em particular.
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