sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Breves dados sobre a Guiné-Bissau

CONTINUIDADE SOBRE DIAGNÓSTICO DO SECTOR FLORESTAL FEITO PELA TINIGUENA.


A Guiné-Bissau é um país costeiro da África Ocidental que faz fronteira com o Senegal ao Norte, a Guiné-Conacri ao Sul e ao Leste e com o Oceano Atlântico a Oeste. Tem uma superfície de 36.125 Km2 que se distribuem entre os paralelos 10º 55' N e 12º 20' N e os meridianos 13º 38' W e 16º 43' W: O território continental é profundamente penetrado por uma rede hidrográfica na qual a influência das marés se faz sentir até 100 km para o interior. Um relevo é bastante monótono apresentando altitude relativamente baixas 40-80 m, dispões de planaltos relativamente pouco elevado como é o caso da peneplanície de Gabú e as Colinas de Boé cuja altitude não ultrapassa os 300m. Apresenta uma significativa presença de solos ferralíticos e fersialíticos com 1.900.000ha ou seja 62% da área do país (COSTA, R. 1991). A disponibilidade de Terras Aráveis é estimada em cerca de 1.410.000 ha. Os valores da precipitação média anual variam, diminuindo no sentido sudoeste para nordeste passando de cerca de 2.600 mm/ano em Catió (Tombali) para 1.200 mm/ano em Pirada (Gabú). A Guiné-Bissau tem uma população de 1.530.820 habitantes e uma densidade populacional de 46,9 hab/Km2 e, a taxa bruta de desemprego é de 10,5% (RGPH, INEC 2019), encontrando classificada no 177º lugar entre os 187 países com o Índice de Desenvolvimento Humano de 0,396, cuja esperança de vida é de 52.4 anos de idade (PNUD, 2014). Alias apesar de todos os apoios e esforços despendidos com vista a melhoria do quadro social e humano das populações, a Guiné-Bissau não conseguiu atingir em 2015 nenhum dos Objetivos do Desenvolvimento do Milénio – ODM actuais atuais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Apesar da razoável performance de ordem macroeconómica nos anos (2009 a 2011 de 2014 a meio de 2015) o país, em termos socioeconómicos, continua a apresentar um quadro socioeconómico muito difícil.

A grande maioria da nossa população que mais precisa da floresta e dos seus produtos, vive na pobreza. O ILAP 2 indica que 69,3% dos guineenses são pobres e 33% são extremamente pobres (DENARP II, 2011). Ainda segundo a mesma fonte, a aceleração da pobreza atingiu tanto a população feminina como a masculina, sendo as mulheres mais pobres do que os homens.

No que concerne a pobreza absoluta ou seja, viver com menos de 2$US/dia/pessoa (2 dólares/dia/pessoa), a proporção é de 56,3 % para Bissau e 70 % para as regiões, para mulheres chefe de agregado familiar é de 48,8 % e para homens chefe de agregado familiar é de 76,5 %.

Quanto a pobreza extrema, pessoas com rendimentos inferior a 1$US/dia/pessoa (1dólares/dia/pessoa) proporção é a seguinte, mulheres chefes de agregados familiar em Bissau, de 15,5% e mulheres chefes de agregados familiar no interior 38,7% e para homens chefes de agregados familiar em Bissau, 12,2% e para homens chefes de agregado familiar nas regiões 40,0 %. De uma forma muito resumida, dá para entender que esta tendência da evolução negativa da pobreza na Guiné-Bissau entre 2002 e 2010 ainda persiste aliás, agravou-se nesse período senão vejamos, a pobreza em Bissau manteve-se constante 51 % enquanto que se agravou nas outras regiões em que 3 em 4 pessoas eram extremamente pobres em 2010, contra 7 em 10 pessoas em 2002, uma situação muito preocupante e que vem confirmar a tese de que a pobreza, esteve sempre na base da forte pressão sobre os recursos naturais e recursos florestais em particular.

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