sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Mangais têm vindo a ser destruídos para práticas agrícolas, construção de habitaçao, comercio bem como plantação de cajú-Pansau Ndafa

Mais de qaurenta e cinco (45) tecnicos de diferentes instituiçoes publicas e privadas estao reunidos desde ontem em bissau num encontro para elaboração duma proposta de projeto para Guiné-Bissau, baseada nos desafios sobre a restauração, conservação, investigação e apoio ao desenvolvimento das iniciativas locais denominado Progresso para mobilização dos Mangais” organizado pelo gabinete de Wetlands internacional no país.

Ao presidir a cerimonia de abertura ontem 21/11/24 o Director de Gabinete de Planificaçao Costeira (GPC) e presidente de Plataforma de atores de paisagem de mangal "PLANTA", Pansau antonio Ndafa disse que desde a independência, a Guiné-Bissau assumiu-se como um Estado onde as questões ambientais estiveram sempre na primeira linha de prioridades. Essa realidade ocupa um lugar privilegiado na agenda política nacional, no quadro das organizações internacionais, onde a Guiné-Bissau faz ouvir a sua voz, alinhada com os grandes compromissos globais sobre o Ambiente, nomeadamente no que concerne aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris sobre o Clima.

o presidente da PLANTA lembra por outro lado à importância do ecossistema de mangal para a vida humana, na Água, na Alimentação e na Energia têm pelo menos um denominador comum: o Clima. "É evidente que a disponibilidade de água, seja para consumo humano como para outros fins, incluindo os industriais, depende em grande medida das condições climáticas. O mesmo acontece com os alimentos e com a energia, que nos obrigam claramente a promoção duma abordagem de sustentabilidade.

É aqui que entra a importância dos ecossistemas de mangais, pela sua elevada capacidade de absorção de dióxido de carbono, servirem de berçário de peixes e outras espécies marinhas, protegerem a costa de inundações, mas também pelo papel que desempenham na criação de microclimas favoráveis para as aves migratórias, assim como o seu contributo para a maior resiliência das comunidades, em relação aos efeitos nocivos das alterações climáticas.

Raúl Jumpe chefe de gabinete nacional de Wetlands no país fala da importancia do encontro que vai permitir obter um conjunto de informações de forma participativa de diferentes atores da planta que atuam nas paisagens com vista a elaborar uma proposta do projeto que identifique as oportunidades, as necessidades, as ações prioritárias e os investimentos necessários para acelerar e intensificar os esforços de proteção e recuperação dos mangais na Guiné-Bissau.

"Convém frisar que o atelier de hoje vai nos permitir focalizar a nossa atenção em encontrar soluções aos problemas relacionados com os desafios que os mangais nos impõem na Guiné-Bissau nomeadamente, a nível da restauração, conservação, investigação e no apoio ao desenvolvimento das iniciativas locais.

Os mangais são um ecossistema multifuncional e de grande produtividade. Eles fornecem um habitat único para uma ampla gama de plantas, animais, auxiliando as comunidades costeiras na obtenção dos recursos pesqueiros, protegem assentamentos e terras agrícolas de perigos naturais tais como o aumento do nível do mar e erosão costeira.

Na Guiné-Bissau, os mangais foram dizimados essencialmente pela conversão em terras agrícolas, fumagem de pescado, e no uso das atividades domésticas". disse Jumpe.
por seu turno o Encarreegado de programas do instituto da Biodiversidade e das areas protegidas, Tomé Mereck garante que a sua instituiçao enquanto secretariado da Plataforma PLANTA, está totalmente disponível para colaborar e apoiar os esforços de todos os atores na conservação e restauração dos ecossistemas de mangal. "Estamos na década da restauração dos ecossistemas, e acredito firmemente que é essencial promover ações de restauração e para partilhar os avanços da Guiné-Bissau nesta áreaJuntos, vamos garantir que os mangais da Guiné-Bissau continuem a desempenhar seu papel vital no equilíbrio do nosso planeta. fecha Mereck.
De referir que Não obstante a Guiné-Bissau ser um país de tamanho pequeno, com uma área de 36.125 km² e uma população estimada em 1,82 milhões de habitantes, crescendo a uma taxa constante de 2,5%, dos quais 58% vivem em zonas rurais e cerca de dois terços têm menos de 30 anos. O nosso país apresenta uma biodiversidade de relevância mundial. Os compromissos assumidos pelo país relativamente à preservação da biodiversidade deverão ser honrados, a bem da projeção do país na comunidade internacional. Por seu lado, os parceiros do mundo desenvolvido têm a obrigação moral de apoiar, com recursos técnicos e financeiros, as iniciativas de conservação da natureza.

Através dos diferentes Planos de Desenvolvimento já elaborados na Guiné-Bissau, inclusive o DENARP I e II, o TERRA RANKA, no qual estabeleceu dentro dos seus objetivos a promoção do crescimento econômico. Não obstante esforços que estão a serem imprimidas a volta da política ambiental, concretamente na implementação da Estratégia Nacional da Conservação (ENC), elaborado no princípio da década 90, esse crescimento económico terá o seu impacto na perda da biodiversidade e recursos naturais, visto que o país é fortemente dependente dos recursos naturais e dos serviços prestados pelos ecossistemas.

A área de mangal, que abrange cerca de 10% do país, é a 2ª maior do género em África. Do ponto de vista socioeconómico, reflete a baixa pontuação do Índice de Desenvolvimento Humano do país, de 178 em 189 (2019), caracterizada por elevadas taxas de pobreza, com uma média de 65% nas regiões da zona costeira, manifestadas sob a forma de fraco acesso à habitação condigna. A falta de oportunidades de geração de rendimento contribui ainda mais para a pobreza generalizada e para a esperança de vida abaixo dos 60 anos, uma taxa muito inferior à média africana e significativamente inferior à média mundial. As principais atividades de subsistência baseiam-se na exploração dos recursos naturais através da agricultura de subsistência, da pecuária, da pesca e das plantações de caju. Com o drástico aumento da população concentrados nas regiões da zona costeira torna-se no pressão alta sobre os recursos naturais por explorar, consequentemente tornando-se numa ameaça sobre a biodiversidade e em particular sobre ecossistemas dos mangais. 

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