O assalto era um exercício — parte dos exercícios de treino anual para membros do EBE em parceria com os exércitos dos EUA e da Dinamarca. O exercício de assalto e outros, como combate corpo-a-corpo e formação de emergência médica, são concebidos para fortalecer a segurança da Marinha do Gana, capacitá-la para defender as suas águas territoriais e coordenar de forma mais próxima com os seus vizinhos.
"A tríplice colaboração entre os EUA, a Dinamarca e o Gana melhorou de forma tremenda a capacidade do EBE da Marinha do Gana, essencialmente na provisão de uma resposta rápida e eficaz para incidentes de segurança marítima nas águas costeiras do Gana," Capitão-Tenente da Marinha do Gana, Seth Anthony Dzakpasu, disse à ADF.
Gana localiza-se no centro da pior região do mundo no que se refere à pirataria. Os piratas do Golfo da Guiné tornaram-se famosos por atacarem navios e levarem membros da tripulação como reféns.
Contudo, investimentos na segurança marítima feitos por Gana e outros países do Golfo parecem estar a fazer progressos contra os criminosos. Depois de representar 43% da pirataria a nível mundial nos primeiros três meses de 2021, o Golfo da Guiné representou menos de 20% durante o mesmo período deste ano, de acordo com o relatório trimestral de pirataria e assaltos à mão armada, do Gabinete Marítimo Internacional (GMI).
"Contudo, são necessários esforços contínuos para garantir a segurança contínua dos navegadores da região da África Ocidental, que continua perigosa," disse o GMI num comunicado, no início deste ano.
O GMI apontou para o sequestro de um navio ao largo da costa da Costa do Marfim, no dia 24 de Janeiro, quando 17 membros da tripulação foram levados como reféns, e para os relatos de assalto à mão armada nas águas próximas da costa de Angola e Gana como provas de que ainda existe mais trabalho a ser feito. No início de Abril, piratas entraram a bordo do navio graneleiro, Arch Gabriel, a 260 milhas náuticas, ao largo da costa do Gana.
Em Dezembro de 2021, o vice-presidente ganês, Mahamudu Bawumia, disse aos graduados da Academia e Escola de Formação Militar do Gana que o governo tem planos para equipar a marinha daquele país com embarcações de patrulha da costa e barcos de patrulha velozes como parte de um maior investimento na capacidade militar do Gana.
O EBE começou em 2016 com ajuda das Forças Especiais Nigerianas. Actualmente, opera uma variedade de embarcações, incluindo barcos de patrulha velozes dentro da zona económica exclusiva do Gana, de 200 milhas náuticas. Também trabalha com a Força Aérea do Gana, conforme fez durante a recente missão de formação, para inserir tropas de forma rápida quando necessário, disse Dzakpasu.
As missões de formação como o programa de troca de experiência conjunto combinado com os EUA e a Dinamarca ajudaram a aumentar a capacidade da força do EBE do Gana que se encontra em desenvolvimento, disse Dzakpasu.
A colaboração não apenas possibilitou que o EBE aprendesse as melhores práticas da comunidade de forças de Operações Especiais, acrescentou, mas possibilitou que o EBE melhorasse os seus treinos com a experiência das forças especiais, Frogman Corps, da marinha dinamarquesa e dos parceiros dos EUA.
"Resumindo, a prontidão operacional do EBE melhorou significativamente em cerca de um ano desta colaboração de formação," disse Dzakpasu.
Através da sua parceria com os EUA e a Dinamarca, o EBE da Marinha do Gana possui uma melhor capacidade e maior eficácia para realizar operações de combate à pirataria, trabalho de combate ao terrorismo, reconhecimento costeiro e pode garantir a segurança de infraestruturas marítimas estratégicas, disse Dzakpasu.
Trabalhando estreitamente ligado com a Nigéria e os seus outros vizinhos, o Gana pode projetar mais autoridade nas águas da costa partilhada, particularmente quando os crimes atravessam fronteiras internacionais.
"Isso nos oferece, no Golfo da Guiné, uma postura robusta para lutar contra os crimes marítimos," disse Dzakpasu.
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