O
Parque Europa – Lagoa N' Batonha acolheu hoje a cerimónia de celebração do dia
Internacional das Zonas Húmidas.
A
União Europeia e entidades como a IBAP, ONG Monte, Gabinete de Planificação
Costeira e a Câmara Municipal de Bissau, entre outras, apelam à protecção
destas áreas tendo em conta o seu papel de redução dos riscos de catástrofes,
tais como secas, ciclones tropicais e inundações.
Falando no acto o director do IBAP
Instituto da Biodiversidade e das áreas protegidas Alfredo Simões da Silva
As zonas húmidas constituem um património natural e um
recurso vital para a humanidade. Ela deve ser considerada como um factor de
desenvolvimento. As zonas húmidas são essenciais para a vida humana e tem um
papel crucial a desempenhar no desenvolvimento sustentável e na erradicação da
pobreza.
As zonas húmidas são ecossistemas altamente produtivos e
ricos em biodiversidade, designadamente, bolanhas, lagos e lagoas, lalas, cursos
de águas, rios, mangais, só para citar algumas. Elas proporcionam também enormes
benefícios para as comunidades e constituem habitat importante para uma grande
variedade de espécies. Os serviços ecossistémicos das zonas húmidas são
essências para sobrevivência humana.
O responsavel lembra que a Guiné-Bissau, desde 1990, é parte signatária da Convenção de Ramsar que protege
as zonas húmidas de importante internacional. Nesta altura, o governo solicitou
a classificação da Lagoa de Cufada como o primeiro sítio de importância internacional
por reunir os requisitos necessários para a obtenção deste timbre,
nomeadamente:
·
por
receber mais 1% dos pelicanos branco existe no mundo
· por ser maior reserva de água doce do país e da Região
de Quinará;
· por jogar um importante papel na segurança alimentar
das comunidades residentes; e
· por ser um elemento de resiliência as mudanças climáticas
Neste
âmbito, o País fez progressos importantes na preservação das nas zonas húmidas,
classificando em 2014 e 2015 mais três sítios nacionais de importância
internacional, a saber:
•
Reserva da
Biosfera no Arquipélago dos Bijagós;
•
O Parque Natural
dos “Tarrafes” do Rio Cacheu; e
•
A Lagoa de Wendu
Tcham, no Parque Nacional de Boé
para Da Silva As
Zonas húmidas da Guiné-Bissau estão ameaçadas, estes factos podem ser
constatadas na periferia da cidade e sobretudo na nova estrada de volta de
Bissau. Os sítios utilizados recentemente para a produção de arroz, hortaliças,
plantação de cana de aguçar e outras culturas, estão sendo aterrados e transformados
em assentos humanos e zonas de grandes armazéns, contribuído assim directamente
na inundação e consequentemente na erosão dos solos.
O
lema deste ano, “as zonas húmidas
para a redução dos riscos e de catástrofes” vem responder exactamente
esta preocupação.
O
Parque de N’Bantonha ilustrar esta realidade. Uma zona húmida no centro da cidade
de Bissau que outra hora tinha a função de retenção de água de chuvas que vem
de a montante da parte norte desta Cidade, mas de alguns anos a esta parte, o Parque
deixou de jogar este papel ecológico e como consequência a parte baixa da
Cidade e precisamente nesta zona no período da chuva acaba por ficar debaixo da
água.
Este
sítio, é uma esponja natural. A recuperação e restauração da função ecológica do
Parque de N’Batonha irá minimizar ou reduzir de que maneira os riscos de
catástrofes extremos.
O
papel das zonas húmidas é reconhecido na Agenda de 2030 e nos seus Objectivos
de Desenvolvimento Sustentável, particularmente no Objectivo 6 sobre a água, o
Objectivo 14 sobre os oceanos e costas, e o Objectivo 15 sobre os recursos
terrestres
Biodiversidade e ecossistemas. Muitos dos Objectivos de Desenvolvimento
Sustentável indicam a necessidade de salvaguardar as zonas húmidas e os ecossistemas
como uma estratégia vital para um mundo sustentável e seguro.
Porem,
a Guiné-Bissau fez progressos importantes para cumprir com a meta 11 do Plano Estratégico
de Aichi-Nagoya, sobre a conservação da biodiversidade 2011-2020 que fixa a taxa
de cobertura das unidades de conservação em 17% para as áreas protegidas
terrestres e águas interiores e em 10% para as áreas marinhas protegidas. Este
plano estratégico está exactamente em consonância com o objectivo 15 do
Desenvolvimento Sustentável.
Neste
capítulo, o país já classificou 26,3% do seu território em áreas protegidas dos
quais 12,4% são áreas marinhas protegidas e 13,9% áreas protegidas terrestes.
Isto quer dizer que a Guiné-Bissau cumpriu uma parte da meta 11 relativamente
as áreas marinhas protegidas e faltando a penas 3,1% para cumprir com a parte
das áreas protegidas terrestres e águas interiores.
Apesar do esforço
consentido neste domínio, o Parque Natural das Lagoas de Cufada, uma das zonas húmidas
de importância internacional, a maior reserva de água doce do país, está
ameaçado com a construção de uma central eléctrica dentro dos seus limites,
cujos impactos imprevisíveis poderão aparecer no curto espaço de tempo e pondo
em perigo a própria existente dessa área protegida. neste sentido Alfredo denuncia que a construção dessa central eléctrica viola de que maneira as 6 leis da República
da Guiné-Bissau, a saber
·
A lei da terra
·
A lei base do
ambiente
·
A lei-quadro das
áreas protegidas
·
A lei de
avaliação ambiental
·
A lei florestal
·
O decreto de
criação do Parque Natural das Lagoas de Cufada.
no entender do conservador, a
questão não pode ser considerada como um “facto consumado”, o IBAP entende que
as leis da Republica devem ser cumpridas, alguma pessoa concedeu o espaço, e
autorizou a execução da obra. Essa pessoa deve ser responsabilizada.
E espera confiantes numa solução sabia por parte do Governo da Guiné-Bissau onde preocupações
de todas as partes estarão salvaguardadas.
quem também se alinhou com o Alfredo foram os Ministros do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e o do administração do Território, Sirifo Embalo e Sola NKlim Na bitchita respectivamente.
Serifo Embalo |
Sola Nklim |
presente no acto Victor Madeira Dos Santos responsável da delegação da União Europeia alertou sobre o falso Desenvolvimento, tendo apelado que se para com tais.
Vitor Madeira Dos Santo |
A
Guiné-Bissau hospeda uma Zona Húmida de importância internacional, nomeadamente
na área do Parque Nacional das Lagoas de Cufada, área protegida nacional que
constitui a maior reserva de água doce do país, com grande valor ecológico e
humano para as populações da área e do país. As áreas protegidas são submetidas
a fortes pressões para a exploração de seus recursos, por isto a União Europeia
apoia a protecção da biodiversidade e do uso sustentável dos recursos naturais
através de parceiros como IBAP, Monte, Tiniguena, AD entre outros, e exorta as
autoridades a respeitar os compromissos nacionais e internacionais sobre a protecção
ambiental, para o bem das populações do país.
também se juntou a iniciativa e a causa o representante da UICN Nelsom Gomes Dias.
A Guiné-Bissau
Ratificou a convenção Ramsar no ano 1988, mas só em 2002 começou a celebrar a
data com ajuda dos parceiros.
interessante!!
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