Entre o céu e o mar, a antiga cidade portuária de Bizerte sediará a 8ª edição do Fórum Marítimo Mundial durante dois dias. Sob o lema "De Nice a Bizerte: Como está o Mediterrâneo?".
O evento pretende ser mais do que um encontro internacional: um grito de alarme e um chamado à ação diante dos desafios que ameaçam o futuro do mar azul profundo. Nas salas de conferências e no cais do porto, uma atmosfera de urgência se mistura com esperança. Políticos, cientistas, ONGs, instituições internacionais e atores da sociedade civil se reúnem para debater as principais questões marítimas: a poluição plástica que sufoca o fundo do mar, os efeitos visíveis do aquecimento global nas costas, a pesca ilegal que enfraquece as comunidades locais e a governança de um mar compartilhado por cerca de vinte países com interesses às vezes divergentes.
"O Mediterrâneo é um laboratório climático e um espelho das nossas responsabilidades coletivas", lembrou-nos um especialista convidado. O fórum pretende ser uma extensão da recente Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, realizada em junho em Nice, mas com o desejo de passar de grandes declarações para compromissos concretos. Para a Tunísia, e particularmente para Bizerte, o evento é uma vitrine internacional. Uma cidade histórica, estratégica e vulnerável, Bizerte ilustra os desafios do Mediterrâneo: erosão costeira, poluição da água, mas também o potencial para uma economia azul sustentável através do turismo, aquicultura e energia marinha. Para além da retórica, várias iniciativas são destacadas: a preservação dos bancos de ervas marinhas Posidonia, os verdadeiros "pulmões verdes" do Mediterrâneo; a implementação de ferramentas de monitorização científica, como o Barómetro Estrela-do-Mar; e a mobilização de jovens e autoridades locais para uma governação mais inclusiva. Mas o verdadeiro desafio do fórum continua a ser a capacidade de transformar estas propostas em ações. "Já não podemos dar-nos ao luxo de esperar", afirmou um participante da sociedade civil, apelando a um financiamento sustentável e à responsabilização partilhada entre os Estados ribeirinhos.
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