quinta-feira, 13 de outubro de 2022

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, lidera um exército de madeireiros e garimpeiros que lucram com essa enorme destruição de Amazonia.

Se não agirmos com urgência, a floresta poderá morrer 

Queridos amigos e amigas,
Sou Gregorio, líder de mais de 500 comunidades indígenas na Amazônia. E hoje escrevo a vocês como um amigo.
Nossa mãe, a Amazônia, está sendo devastada. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, lidera um exército de madeireiros e garimpeiros que lucram com essa enorme destruição. Se não agirmos com urgência, a floresta poderá morrer.
  
Mas ainda há esperança.

Em poucas semanas, líderes mundiais se reunirão para as negociações finais de um novo tratado global para salvar a natureza. Não podemos permitir que Bolsonaro fale em nome da Amazônia nessas negociações cruciais enquanto nossas vozes são silenciadas e nosso povo é assassinado. Nossos filhos e filhas jamais nos perdoariam – por isso, precisamos de sua ajuda.
Com seu apoio, uma corajosa delegação de líderes indígenas poderá viajar dos últimos refúgios da natureza até o centro da tomada de decisões. Nossos povos protegem e respeitam a natureza há mais de 10 mil anos – é fundamental que a gente participe das discussões que decidirão o futuro do planeta.
Ficaríamos frente a frente com os líderes mundiais, confrontando mentiras, e nos juntaríamos ao time da Avaaz para fortalecer a campanha em prol de leis internacionais poderosas em um tratado que realmente proteja a vida na Terra. Eu prometo a vocês: não vamos parar de pressionar.
Amigos e amigas de todo o mundo, esta é sua chance de apoiar nossa luta para proteger a vida em nosso frágil planeta. 
Desde que Bolsonaro assumiu o poder, mais de 4 milhões de hectares de floresta amazônica já foram destruídos: uma área quase igual ao Estado do Rio de Janeiro! Agora, há a chance de ele ser reeleito – mais quatro anos de suas desastrosas políticas ambientais podem fazer a floresta atingir um quadro irreversível, transformando matas com árvores exuberantes em savanas áridas, mudando os padrões meteorológicos e impulsionando a mudança climática.
Garantir proteções globais a toda a natureza pode ser a única forma de dar à Amazônia e ao planeta a chance de resistir.
O tempo está se esgotando. Agora, uma corajosa delegação de líderes indígenas está se formando em todo o planeta. Se conseguirmos arrecadar o suficiente, marcharemos rumo a duas cúpulas globais, lado a lado com o time da Avaaz e especialistas da mídia, para representar milhões de vozes que clamam por um ambicioso tratado global para salvar a natureza e impulsionar as campanhas da Avaaz para proteger o planeta.
O movimento Avaaz vem apoiando as comunidades indígenas há anos. Simplesmente não temos recursos suficientes sozinhos – mas juntos somos imbatíveis.
Assim como nosso planeta, a humanidade também é frágil. Dependemos da natureza para obter o ar, a água e os alimentos de que precisamos para sobreviver. No entanto, a grande árvore da vida está agora em ruínas, colocando toda a vida na Terra e nossa própria existência em risco. Toda essa destruição só servirá para aumentar nossa determinação de lutar com tudo o que temos. Acredito sinceramente que podemos pôr fim a essa devastação e viver em harmonia -- mas isso exigirá que cada um de nós se posicione. Essa é a luta derradeira por nossas vidas, por nossa mãe e por tudo aquilo que amamos. Junte-se a nós.

Do fundo do meu coração,

José Gregorio Díaz Mirabal, líder do povo indígena Wakuenai Kurripaco e Coordenador Geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COICA)

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