Aos 13 dias do mês de Setembro de 2022 um grupo de cerca de trinta técnicos de diferentes instituições publicas e privados bem como camponeses parceiros estiveram reunidos em Bissau a convite do Gabinete de Coordenação SWISSAID na Guiné-Bissau e o Polo de Competência em Agro-ecologia (PC-AE) para discutir sobre "Sistemas de Sementes de Agricultores - Uma contribuição crucial para a soberania alimentar, resiliência climática e direitos dos agricultores".
O referido evento tem por objetivo consciencializar e mobilizar a opinião pública em torno do grave problema de marginalização das sementes sementes camponesas, ameaçando gravemente a soberania alimentar, a biodiversidade agrícola, a sustentabilidade dos sistemas alimentares locais, os direitos e a autonomia dos pequenos produtores agrícolas, com ênfase na adequação das políticas e leis nacionais, na perspetiva de reconhecimento jurídico e reforço dos sistemas de sementes camponesas (variedades locais/camponesas).
Presidiu a cerimonia de abertura o Eng. Quintino Alves Tecnico do INPA em representação do Ministério da agricultura, acompanhado pela Senhora Eng. N´Queba Sia diretora de Serviço de Semente e Eng. Tcherno Talato Djalo Chefe de Programas de SWISSAID e ponto focal de Agro-ecologia.
Nas sua intervenções o Eng. Alves alertou sobre a necessidade de haver uma política séria de segurança Alimentar, que segundo ele deve ser verdadeira; informou que todos nós estamos a consumir químicos que têm implicações diretas na nossa saúde e no meio ambiente.
Já para o ponto focal da agricultura ecológica, “as sementes dos agricultores são património dos povos, em benefício da humanidade.
Elas são a vida, a base da produção alimentar mundial saudável, fazem parte da cultura, herança, capacidade de resistir, de manter a sua sabedoria ancestral e de defesa a sua identidade camponesa”. Talato Djalo foi ainda mais longe lembrando que os recursos naturais e a biodiversidade agrícola estão a diminuir ao nível mundial a um ritmo sem precedentes, por causa da perda de variedades de sementes camponeses. E que há cerca de um milhão de espécies em risco de extinção e Três empresas, Monsanto-Bayer, Syngenta-ChemChina e Dupont-Dow, controlam mais de 50% das sementes comerciais do mundo.
Terminado esta pare de discursos a Eng. N´queba Sia fez a sua apresentação falando da situação atual do sistema nacional de sementes e do quadro jurídico sobre as mesmas.
falou das dificuldades tais como a falta de lei no domínio de semente, não funcionamento ou operacionalização do fundo de apoio ao semente, sem catalogo nacional, entrada desenfreada de sementes híbridos, o mais grave a inexistência dum quadro jurídico nacional.
De seguida, após algumas troca de impressões a volta do tema da Senhora N´queba Sia o famara Djedju de Aliança Africana para Sobrania alimentar (AFSA), responsável de programa para África Ocidental assumiu as apresentações como o tema: quadro regulamentar para o Desenvolvimento de políticas favoráveis aos direitos autoctunos dos agricultores e a biodiversidade agrícola.
Falau das ações da sua organização e SWISSAID através dum estudo feito, em relação a playdoe para o reconhecimento das sementes camponesas.
Quanto ao quadro jurídico alertou que não passa de cópia das leis ocidentais que não é adaptado as nossas realidades e que ignoram por completo o nosso saber fazer local.
Na mesma alocução mostrou a diferença entre a semente camponeses e o sistema do mesma, chamando atenção que no sistema deve haver múltiplos atores.
Seguiu-se a discussão dos temas apresentados assim como apresentação das experiências da Patricia Sanhá sobre sementes de arroz da etinia felupe; Hermelinda Mendonça da cintura verde e Francisco Sambú de Cooperativa COAJOT, sobre sementes hortícolas e Umaro djalo APROMODAC sobre raízes e tuberculosos.
Por fim os participantes recomendaram:
1-criaçao de uma plataforma sociedade civil de preservação dos produtos/sementes locais;
2- Presença da AFSA na Guine Bissau Advocacia ao nível político, registo local e sementes;
3- Vulgarização de informação através de rádios locais comunitárias
4- Identificação das sementes locais;
5-promover e preservação sementes locais;
6- Criação de comissão regional de sementes locais;
7- Apoio e valorização dos conhecimentos dos camponeses;
8- Melhoramentos de sistema agrícola/ produção de sementes;
9- Criação de Bancos de sementes regionais;
10- Recuperação de informação sobre sementes;
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