Segundo uma carta-denuncia a ONG informa sobre invasão e delapidação de algumas ilhas por pescadores estrangeiros.
Esta
ONG acaba de receber, de fontes fidedignas dos seus colaboradores no
arquipélago dos bijagós, uma denúncia informando que a Ilha de Caravela está
invadida de mais de 200 pecadores concentrados em acampamentos, a utilizarem
más práticas de pesca intensiva e de corte de tarrafes para fumagem.
Os acampamentos na ilha de Caravela fazem parte de outros reagrupamentos de pescadores estrangeiros instalados em vários pontos do arquipélago dos bijagós, após a campanha de desmantelamento dos antigos acampamentos ilegais dos pescadores levado a cabo pela FISCAP em vários pontos do país. Atualmente, entre eles, estão os principais polos de pesca irregular concentrada na captura intensiva da espécie DJAFAL em Caravela, Canhabaque e Pobreza (próximo de Cubisseco).
A pesca irregular do Djafal em Caravela envolve pescadores de sete nacionalidades, a saber: senegaleses, guineo-conacris, serra-leoneses, malianos, ganeses gambianos e burquinabes. O mercado de destino do pescado fumado é para a Guiné-Conakry, Senegal, Mali e Gâmbia. Presentemente, a ilha de Caravela regista, aproximadamente, 200 pescadores estrangeiros com mais de 65 canoas que actualmente operam na zona e tantas outras estão a ser construídas nas encostas daquela ilha. Nos meses de plenas chuvas de Julho a Setembro, o total dos pescadores nos acampamentos de Caravela, de Canhabaque em Pobreza chega a ser de cerca de dois mil indivíduos maioritariamente estrangeiros, que compreendem uma cadeia de grupos de interesses tais como: pescadores, construtores de canoas, construtores de grandes cestos de embalagem do peixe seco, lenhadores direccionados para os tarrafes, fumadores e familiares. O caso de Caravela já é do conhecimento do Ministério das Pescas e do Ministério do Interior (em circuitos fechados).
As práticas irregulares que
estão associadas à esta actividade de pesca e fumagem, nomeadamente: o uso de
redes com malhas proibidas, o corte demasiado da lenha dos tarrafes e de outras
árvores para a fumagem, o uso de pesticidas durante a fumagem para manter a
qualidade física do bagre fumado, o abate de árvores para a construção de
canoas, a poda de palmeiras por arrasamento total dos ramos (causando a
aceleração da sua morte) e a poluição das águas pela quantidade das partes dos
peixes arremessadas à água, tudo isso constituem práticas danosas e criminosas
que atentam contra a exploração sustentável dos recursos haliêuticos e
florestais da zona insular e costeira, contra a protecção do meio ambiente, a
saúde humana e ameaçam às riquezas e à segurança das populações e do país a
médio e longo prazos.
Nesta base, a ONG Tiniguena, em colaboração com os seus parceiros dos Comités de Seguimento dos Recursos Naturais de Bubaque e de Bolama, decidem:
· Lançar este grito de alerta e denúncia face a esta situação deplorável com os recursos pesqueiros e os tarrafes estão a ser arrasados tanto em Caravela, como em Canhabaque e na costa de Pobreza;
·
Apelar às autoridades do
Estado a nível dos Sectores de Caravela, de Bubaque e de Empada e a nível
regional e dos ministérios e departamentos que tutelam os sectores das pescas,
das florestas, do ambiente, da gestão territorial e do poder judicial no
sentido de acionarem mecanismos urgentes de verificação e tomada de medidas
corretivas adequadas à essas irregularidades detetadas nas ilhas,
particularmente em Caravela.
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