Iniciativa
de transparência nas Indústrias Extrativas (ITIE) procura sanar a ausência de
transparência e permitir aos cidadãos responsabilizar os seus governos pela
utilização dessas receitas.
Uma conversa com Jacinto Tamba Coordenador da Comissão nacional Preparatória para Adesão da Guiné-Bissau à ITIE. Designado a frete por J.T
J.T-
Eu como Coordenador da Comissão nacional Preparatória para Adesão da
Guiné-
Bissau à Iniciativa de Transparência nas Indústrias Extrativas (ITIE) começo
por disser que a exploração mineira é um processo extenso e oneroso. Para além
dos riscos geológicos, ambientais, operacionais e financeiros, a estrutura
conjuntural criada pelo estado pode agravar ainda mais um projeto mineiro,
através de riscos como: fracas leis e regulamentos sectoriais; riscos
políticos; ausências de infraestruras básicas; regimes fiscais excessivamente
pesados, etc.
Sendo o
estado o proprietário dos recursos minerais, e elegendo o sector privado como
seu parceiro privilegiado, impõe o estabelecimento de regras ajustadas e uma
clarificação atualizada de procedimentos, de definição dos direitos e dos deveres
de agentes envolvidos no processo (decisores políticos, sector privado,
comunidade Local, sociedade civil, inclusive e Comunidade Internacional) de forma a salvaguardar os interesses das partes. Estes
pressupostos são fundamentais para criar mecanismos que implicam a participação
de todos os protagonistas no processo de tomada de decisões de forma a garantir a exploração durável dos
recursos minerais e utilização das suas receitas para o desenvolvimento
integral do país na base de observância de boas práticas
internacionalmente aplicáveis na indústria extrativa inclusive e princípios da
Iniciativa de Transparência na Indústria Extrativa (ITIE).
O A - A Guiné-Bissau não é
um país com tradição mineira?
J.T - Sim, Embora não seja
um pais de tradição mineira mas, sendo a Transparência um princípio de Boa
Governação, o
Primeiro-ministro, no uso das suas competências, através do despacho N°
003/2016, de 22 de Janeiro, determinou a criação da presente Comissão
Preparatória para Adesão da Guiné-Bissau à Iniciativa de Transparência na
Industria Extrativa (ITIE) com competência para conduzir os trabalhos de
adesão, objeto do presente ato de sensibilização. Porque a gestão
das receitas dos recursos minerais/naturais como um bem comum exige
transparência.
O.A – Quais objectivos visa
a comissão e como quer atingir?
JT- A Comissão Preparatória
tem como objetivos específicos, sensibilizar
todos os protagonistas do sector: Estado, empresas públicas, empresas mineiras,
sociedade civil, populações em geral, organismos internacionais e entidades
interessadas, sobre a importância de Adesão da Guiné-Bissau à Iniciativa de
Transparência na Indústria Extrativa como um dos pilares de Boa Governação, as
suas vantagens no plano nacional e internacional. Mas o objetivo geral da Iniciativa visa
reforçar a responsabilidade na gestão dos lucros do sector dos recursos
minerais/naturai;
Mas
se os recursos são do estado e o estado é pessoa de bem porquê tanta
preocupação?
“Em muitos países, o
dinheiro do petróleo, gás e exploração mineral está associado à
pobreza, ao
conflito e à corrupção”. Geralmente designada como a “maldição dos
recursos”. Esta situação caracteriza-se muitas vezes por uma falta de
transparência e de responsabilização relativamente aos pagamentos que as
empresas efetuam aos governos e às receitas que os governos recebem dessas
empresas.
O.A- Que benefícios a
população e o país?
J.T- A Iniciativa de
transparência nas Indústrias Extrativas (ITIE) procura sanar a ausência de
transparência e permitir aos cidadãos responsabilizar os seus governos pela
utilização dessas receitas. É necessária a nossa adesão a essa Iniciativa para
podermos beneficiar, TODOS, dos
nossos recursos minerais/naturais, permitir uma exploração racional dos mesmos
e consequente desenvolvimento integral do nosso país.
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